SOBRE
Os novos mundos devem ser vividos antes de serem explicados.
Nascida da vontade de se plantar mudas de mudanças no mundo, a Balaiar foi criada com o propósito de reconectar ser humano e natureza, gerando abundância de vidas.
Somos um coletivo, reunido pela missão de regenerar relações. Sonhamos uma vida com sentido, na qual possamos ser na prática a mudança que queremos ver no mundo. Para tanto, acreditamos na criação de um sistema que gera mais do que consome em todos os sentidos. Atuamos em duas vias principais:
* Cultivamos alimentos agroecológicos e agroflorestais na Fazenda Malabar, em Itatiba-SP, e partilhamos essa comida num sistema que busca substituir a cultura do preço pela cultura do apreço, através da formação de uma rede de apoio
* Apostamos também no potencial transformador da educação como caminho para despertares essenciais aos nossos tempos. Acreditamos na importância de um outro olhar e conexão com o nosso alimento, sua origem, as relações envolvidas, seus impactos no mundo. Fazemos isso através de vivências, atividades e cursos, sempre no sentido da reconexão com a natureza pois acreditamos na potência de ambas, educação e natureza, a fim de fazermos deste mundo um lugar melhor.
Encontramos na Agrofloresta o caminho para a sustentabilidade ambiental desejada: uma agricultura que se inspira no funcionamento das florestas, buscando equilíbrio através da abundância e diversidade de espécies, convivendo para a criação de ecossistemas muito mais ricos do que uma espécie única, sozinha, seria capaz. E acreditamos que é sim possível alimentar o mundo com alimentos agroflorestais.
Buscamos criar um sistema que gere mais renda do que consome, ao mesmo tempo em que garanta o mínimo desperdício de alimentos e mínima geração de lixo. Para isso, contamos com a criação de uma relação de confiança e parceria com uma comunidade que apoia e sustenta a nossa ação no mundo, junto com a gente, através de um sistema que preza pela fraternidade econômica, ou seja, cada um contribui com o que pode e usufrui do que precisa.
Acreditamos na inteligência de sistemas participativos, transparentes e dialogados, para que sejam justos e possam gerar bem estar e entendimento entre todas as pessoas envolvidas. Nos organizamos internamente de maneira horizontal, com distribuição rotativa de tarefas e lideranças, definidas a partir do brilho de cada pessoa, bem como de sua vontade e satisfação para realizar cada atividade. Nossos salários são definidos a partir da mesma mentalidade que propomos para nossos apoiadores, ou seja, entendendo que justiça não é igualdade, fazemos uma divisão a partir das necessidades de cada pessoa. Nossas decisões são tomadas através de processos sociocráticos, na base do consentimento. Além disso, buscamos dar o mesmo valor ao sonhar, planejar, executar e celebrar, cuidando muito de nossas relações, inclusive dos conflitos, através de práticas como a comunicação não-violenta, a justiça restaurativa e outras.
Porém, para tudo isso ser possível existe algo imprescindível que vem antes de tudo: uma mudança estrutural de mentalidade por parte de quem come, vulgo, todos nós.
A Balaiar propõe então um modelo tão simples quanto inovador, mas que demanda um alto grau de disposição à mudança de hábitos e por isso pode parecer tão utópico quanto distante, mas nós temos certeza e fé sobre a sua viabilidade e vamos fazer acontecer!
Nossa proposta é a criação de uma comunidade que sustenta ações prósperas ambiental, financeira e socialmente. Para tanto criamos um sistema no qual cada família contribui com o que pode e usufrui do que necessita, desde que juntos sejamos responsáveis pela saúde financeira do organismo Balaiar.
É um coletivo de apoiadores, ao qual você se filia e, após conhecer a planilha de custos Balaiar, contribui com o valor que te parecer justo, próspero e possível. Seguindo essa lógica, cada pessoa vai contribuir com o que puder, mas vai receber o que precisar, porque aqui acreditamos que justiça não é igualdade e que tanto as necessidades, quanto às possibilidades de contribuição variam e nós acreditamos num mundo que é bom para todas as pessoas e não apenas para quem pode pagar.
Parece revolucionário, mas é simples e a maior revolução é a que acontece dentro de cada pessoa, para aceitar que alguém vai contribuir com mais ou menos do que eu e vai ter acesso às mesmas coisas.
Mas atenção! Tem uma parte muito importante aí, que é tão óbvia e tão desafiadora quanto as outras: tudo isso só funciona se for sustentável de verdade!
Cuidaremos da terra e de todo o ecossistema, com agroflorestas; cuidaremos das pessoas que comem, com um modelo que preza verdadeiramente por acessibilidade e saúde; cuidaremos das pessoas que produzem nosso alimento, investindo tempo e energia em seu bem estar; e das finanças cuidaremos juntos, certo? Porque tudo isso só funciona se a vida financeira de quem produz também for cuidada para ser digna e boa, porque se a gente quer cuidar de uma diversidade tão grande de coisas, incluindo você; é claro que a gente também quer ter uma vida boa e com acessibilidade ao que precisarmos do lado de cá e isso vai precisar ser garantido por todos nós, em rede.
O lado de cá é o lado de quem produz a sua comida, um lado geralmente bastante invisibilizado, mas tão importante quanto a própria vida e vamos precisar falar sobre isso também, porque esse convite tão lindo, também é um convite à mudanças profundas e boas mudanças chamam sempre bons diálogos.
É mais do que um clube de comida, é um coletivo pra chamar de seu, é uma causa para abraçar, é um passo dado na direção de fazer do mundo aquele lindo lugar que a gente quer ver ele se tornar. Sonhamos ser um epicentro de reconciliação do ser humano com o ecossistema
Um dia ouvi dizer que comunidade é um grupo de pessoas que partilha prosperidades e riscos. Estão prontos?
Quem?
Flavia
Cientista social inquieta com os desequilíbrios do mundo e apaixonada pelas relações humanas em toda sua potência e desafio. Tecelã de relações, poliniza , comunica, movimenta, registra e organiza. Tem na comunicação, na educação e na terra, temas de profundo interesse. Formada em pedagogia Waldorf em Botucatu, encontrou na Balaiar um lugar para plantar, cuidar e ver crescer e frutificar seus ideais e sonhos. Responsável por toda comunicação e marketing, fotografa, filma, organiza, escreve, publica. Atua na área educativa em parceria com Victor. Antes da Balaiar já atuou como produtora cultural, fotógrafa e gestora de um armazém agroecológico.
Joana
Frustrada com o funcionamento da vida corporativa, saiu em busca de uma vida com mais sentido e foi quando encontrou a Balaiar. Realizadora incontrolável, mil e uma habilidades. Responsável pelo financeiro, administrativo, contábil, RH, além de tratorista, mecânica, hidráulica, logística, feirante, entregadora e tanto mais. Assegura com suas próprias mãos que todos os fios estejam firmes e organizados para que a rede siga sustentando tudo o que se propõe! E tudo isso dançando, cantando alto e gargalhando. Antes da Malabar atuava como gestora de recursos humanos.
Liege
Criada no quintal de terra, aprendeu cedo a aprender com a natureza. Agroecóloga de formação, cozinheira e alquimista de coração, descobriu um caminho de curiosidade e paixão em meio às plantas medicinais e aromáticas. Atualmente realiza atividades administrativas, logísticas e de manutenção. Antes da Balaiar, empreendeu como produtora agroflorestal de hortaliças, ovos e shimeji, entregando cestas agroecológicas na região de Campinas, junto ao Rafael.
Rafael
Feito de raízes e asas, quando ele passa a gente escuta passarinhos e sente cheirinho de café agroflorestal! Guardião da terra, ele planeja, realiza e sustenta o feito. Ecólogo, agroecólogo, passarinheiro, cafezeiro, regenerador de nascentes, agricultor de todo dia, apaixonado pelo que faz e ainda vai fazer nesse mundão! Agricultor responsável pelo sistema agroflorestal com foco produtivo em fruticultura, mogno e café. Antes da Balaiar empreendeu como produtor agroflorestal de hortaliças, ovos e shimeji, entregando cestas agroecológicas na região de Campinas, junto a Liege.
Samuel
Permacultor de alma, agrofloresteiro de prática e coração, sonhador inquieto, mas realizador constante: com as mãos na terra constrói todo dia a realidade que quer ver no mundo - regeneração de ecossistemas. Graduado em ecologia, vê na arte da agricultura uma oportunidade para ser e ver a mudança que deseja para o mundo, sobretudo para todas as agricultoras e agricultores. Agricultor responsável pelo sistema agroflorestal com foco em horticultura e fruticultura. Antes da Balaiar ministrou diversos cursos com temas como agroecologia, permacultura, agrofloresta e PANC (Plantas Alimentícias Não Convencionais).
Victor
Ecólogo de formação. Poeta, Palhaço e Educador Ambiental de vontade própria. Move-se em busca da beleza das coisas, dessas que enchem os olhos ou esquentam o peito. Tem interesse grande no infinito particular de cada ser e de como cada um se mostra para o mundo. Encontrou na Associação Balaiar um lugar com possibilidade imensa de belezas e um chão para amarrar os seus sonhos. Gestor da área educativa e responsável pelo recrutamento de voluntários. Antes da Balaiar organizou eventos na área de permacultura, facilitou eventos como educador ambiental, além de atuar como palhaço em uma companhia de circo.
"Salutar só é quando no espelho da alma humana forma-se toda a comunidade e, na comunidade, vive a força da alma individual"
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Rudolf Steiner